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sexta-feira, 27 de março de 2009

No Line On The Horizon - Digipack Edição Limitada







CD 'No Line On The Horizon'. Digipack nacional, edição limitada com o CD, um booklet colorido de 32 páginas e um poster. Além disso, acesso à um site exclusivo para download do filme de Anton Corbijn, Linear. 2° lote corrigido do álbum, com o encarte costurado.

TRACKLIST
1. No Line On The Horizon 2. Magnificent 3. Moment Of Surrender 4. Unknown Caller 5. I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight 6. Get On Your Boots 7. Stand Up Comedy 8. Fez - Being Born 9. White As Snow 10. Breathe 11. Cedars Of Lebanon

U2
Bono – vocals, guitar
The Edge – guitar, vocals, keyboards
Adam Clayton – bass guitar
Larry Mullen Jr. – drums, percussion
Additional personnel
Brian Eno - rhythm loop, programming, synthesizers, vocals
Daniel Lanois - guitar, vocals
Terry Lawless - piano, Fender Rhodes, keyboards
will.i.am - keyboards, vocals
Caroline Dale - cello
Richard Watkins - french horn
Cathy Thompson - violin
Sam O'Sullivan - percussion
Louis Watkins - boy soprano

"Cedars of Lebanon" features a sample of "Against the Sky", a track by Harold Budd and Brian Eno from the 1984 album, The Pearl.
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No Line On The Horizon, mesmo antes de ser lançado, apenas com a pré-venda em sites; já tinha alcançado disco de Platina aqui no Brasil, vendendo mais de 60 mil cópias antecipadas. Em Dublin milhares de fãs fizeram filas e passaram a noite esperando as lojas abrirem para serem os primeiros à comprarem o novo disco. As avaliações dos discos são das mais variadas, a Rolling Stone deu nota máxima ao disco, já um crítico espanhol e outro brasileiro criticaram bastante, mas a maioria aqui no Brasil receberam o disco muito bem. A Q Magazine e a Blender deram nota máxima também, Mojo e Uncut muito próximo disso. O disco está num nível excelente, a inovação é evidente. O U2 consegue, novamente, se reinventar. Você não consegue associar esse disco ao U2, você não o enxerga como tal. O álbum está repleto de ritmos cruzados, guitarras sobrepostas e correntes eletrônicas subjacentes em canções que a banda (pela primeira vez) escreveram com seus produtores de longa data, Brian Eno e Danny Lanois, além da produção e mixagem de Steve Lillywhite.
Não é um desafio tão diferente quanto o disco Achtung Baby, de 1991, no qual o U2 se reinventou depois da seriedade dos anos 80, com ironia e batidas eletrônicas. Porém, No Line On The Horizon, resultado de um processo cheio de reviravoltas de dois anos, apresenta a inquietude e a paixão que ainda movem a banda, que deixa de lado as fórmulas. Não é um disco pra se ouvir enquanto navega na internet ou faz outra coisa, é preciso dedicar toda a atenção à ele, pois se não ele soa totalmente diferente do que realmente é.
Bono havia sido convidado para um Festival de Música Sacra ecumênica anual em Fez, Marrocos. Ele convidou os outros membros da banda para acompanhá-lo e talvez gravar alguma coisa durante a estadia de duas semanas. Para sua surpresa, todos concordaram, assim como Eno e Lanois.
Eles alugaram uma casa e montaram o equipamento no jardim, a céu aberto, e começaram a tocar sem prazo nem objetivo. "Isso estava bem longe da volta ao básico", disse Edge. "Foi como explorar as fronteiras." Apesar de sugestões de ritmos de transe e vocais árabes aparecerem ocasionalmente, o U2 evitou o que os integrantes da banda chamam de "turismo musical".
A banda mergulhou nas gravações. Os fundamentos instrumentais de três músicas – “No Line on the Horizon”, “Moment of Surrender” e “Unknown Caller” – emergiram praticamente completos em poucas horas. Ainda assim, depois dessas duas semanas prolíficas, a gravação se estendeu por dois anos: em Dublin, no sul da França e em Londres. Steve Lillywhite, que produziu os primeiros álbuns do U2, e will.i.am, do Black Eyed Peas, ajudaram a formatar e terminar as músicas.
Algumas faixas tiveram nomes trocados durante o período em que o quarteto esteve em estúdio. Magnificent, por exemplo, chegou a se chamar French Disco, Chromium Chords .
"Get On Your Boots'' é um rock acelerado, dançante e eletrónico, combinando com guitarras estilo Queens of the Stone Age. Com um apelo físico e despretensão que o U2 não mostrava desde “Discothèque”. Segundo Bono, é quase uma coletânea jornalística de imagens que retratam sua família em um parque de diversões no sul da França às vésperas da guerra no Iraque, com aviões de guerra sobrevoando suas cabeças. Um verso da música proclama: “Não quero falar sobre guerras entre nações/ Não agora”.
"Fez - Being born": experiência africana - gravada em Fez, Marrocos, um dos melhores e mais aventureiros sons do album. É dividida em duas: a introdução instrumental é FEZ, e a canção que vem a seguir é Being Born: "Six o' clock on the autoroute / Burning rubber, burning chrome / Boy of Cadiz and ferry home / Atlantic sea cut glass / African Sun at last" canta Bono, por entre uma arquitetura sonora compacta. É talvez a que melhor resume o álbum, combinando o espírito rock direto dos últimos tempos e as aventuras sonoras da banda nos anos 90.
"Unknown Caller", é uma das preferidas de The Edge, foi gravada ainda em Fez e abre com os cantos de pássaros gravados ao amanhecer durante as sessões em Marrocos. É sobre um homem à beira da loucura, para cujo celular começam a ser-lhe enviadas mensagens bizarras sob forma de instruções: 'Reboot yourself and you're free to go! / Password enter here'. Tem um dos melhores solos de The Edge no disco.
"White As Snow" é uma balada acústica atmosférica, sobre um soldado perdido na neve do Afeganistão. "Where i came from there were no hills at all / The land was flat, the highway straight and wider / My brother and i would drive for hours" evoca Bono, numa viagem pela mente de um soldado perdido nas suas recordações. Faixa épica. A melodia tem como base o hino adventista “Veni, Veni Emmanuel” (Clayton afirmou que “White As Snow” foi criada como os últimos pensamentos de um afegão morto por um dispositivo explosivo improvisado: seus quatro minutos são o tempo que uma vítima de explosão leva para morrer).
"Moment Of Surrender": Brian Eno descreve como sendo a melhor canção que já gravou com os U2, é um épico de sete minutos e meio, lento e denso, sobre estrelas obscuras e crises existenciais, e cria uma atmosfera com o mesmo poder que a "One" criou há 17 anos. Apesar da longa duração, "Moment Of Surrender" foi gravada num único take.
"Breathe" abusa da distorção. Inclui uma alegre seção de cordas, nas quais está presente um violoncelo com um feeling de Oriente Médio ao ser tocado. É uma das canções na qual Will.I.Am esteve presente nas sessões de gravação. A letra faz referências à data 16 de Julho. Não se sabe se trata de 16 de junho de 1976, da coragem dos estudantes do Soweto que é comemorada hoje como um feriado nacional na África do Sul, o dia da juventude, que honra todas as pessoas jovens que perderam suas vidas na luta contra o apartheid e educação Bantu. Ou se trata do feriado de 16 de junho comemorado na Irlanda em homenagem ao livro Ulisses, de James Joyce. É o único feriado em todo o mundo dedicado à um livro, excetuando-se a Bíblia.
''Stand Up Comedy'' Bono escreveu-a há pouco mais de dois meses antes de finalizar o álbum, inspirado no ativismo político e descreveu-a como 'um pontapé na porta da hipocrisia, em vez da idéia do "vamos todos dar as mãos"''. Espírito funk, proporcionado pelo trabalho da guitarra do The Edge. O forte groove da faixa remete para o Led Zeppelin e para o Cream. The Edge afirmou que é uma das canções nas quais mais se evitou o Pro-Tools para eliminar as imperfeições, de modo a mantê-la crua. "Stand Up Comedy" é uma canção com um bom groove que começou com um ritmo marroquino, transformando-se em rock'n'roll.
"Magnificent" é bastante atmosférica e relembra os ecos dinâmicos da faixa de abertura do The Unforgettable Fire: "A Sort Of Homecoming". É um dos momentos altos de The Edge no disco, com um slide solo fantástico.
"I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight" é uma canção pop up-tempo inspirada nos anos 60 - muito ao estilo do que fez Phil Spector - e é outra das faixas nas quais Will.I.Am (dos Black Eyed Peas) esteve presente nas sessões. 'I'll go crazy if I don't go crazy tonight' é um dos versos da canção e Bono tirou sarro, comparado-os ao slogan de uma camiseta de turnê.
"Cedars Of Lebanon" dá a sensação de ter sido escrita por um correspondente de guerra e sobre vidas cruzadas num cenário bélico. Sabe-se que a seção de percussão dos primeiros versos foi inspirada em Jimmy Hendrix. A letra faz referências à simbologia das espécies de árvore "Cedro do Líbano" e termina com o verso 'Choose your enemies carefully cos they will define you'.

Relativamente às letras, Bono parece ter deixado o "ter que ser aceitável" de lado e ter passado a escrever sobre o que ele quer. Consta que as temáticas políticas estão de volta com força e que isso projeta-se na inspiração para o disco. Consta ainda que é um disco menos pessoal do que os dois últimos e que o Bono parece usar mais a terceira pessoa e a observação/descrição nas letras (o que reforça a hipótese do retorno do sarcasmo e dos alter-egos), do que os relatos na primeira pessoa dos últimos anos. Nas novas canções, comprovam isso o correspondente de guerra em Cedars Of Lebanon, o soldado em campanha no Afeganistão de White As Snow, o policial de trânsito da faixa-título e o drogado que protagoniza Moment Of Surrender e Unknown Caller. Bono afirmou que um tema que persiste nas canções “é a habilidade de se render, de se dar, seja através da divagação ou da celebração. E a jornada do artista é certamente a jornada para além da preocupação consigo mesmo”. A fama nada mais é que do que a preocupação consigo mesmo”.
No Line on the Horizon é o disco mais desafiante e arriscado dos U2 em muitos anos.
Com mais de trinta anos de estrada, milhões de discos vendidos e dezenas de Grammys na estante, o U2 poderia perfeitamente encerrar sua carreira ou colocar no mercado álbuns não mais que razoáveis. Felizmente, não é este o caso. O que se vê é uma banda sem medo de arriscar e mudar ― inclusive o visual (Bono voltou a usar o cabelo curto, o "corte de exército" da época de Pop. E até usou delineador de olhos em algumas sessões de fotos e duas apresentações ao vivo de GOYB). Um grupo que não tem vergonha de assumir posturas políticas e pacifistas em seus discos e em suas vidas pessoais (vide a cruzada solitária de Bono em busca de um mundo menos desigual e belicoso). Uma banda que, de tempos em tempos, presenteia seus fãs com uma obra-prima ― como agora ―, e nos faz acreditar um pouco que o mundo ainda pode ser melhor e que, para isso, basta fazer como eles: dar sempre o melhor de nós...........
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Curiosidade: no encarte digipack do album, logo na capa tem uma coordenada - 48 51' 30"N, 2 17' 40"E - que leva exatamente à Torre Eiffel (Paris, França). Na página seguinte existe um 'aglomerado' de risquinhos que, para os mais atentos, formam a sequência Fibonacci 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21. No final do encarte, mais uma coordenada - 36 32'N, 6 18'W - que leva à Cádiz (nas proximidades do Oratório San Filipe), local citado no filme Linear (de Anton Corbijn).
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