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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Capítulo 26 - Novas gravações, a 'nova banda' e as últimas apresentações da turnê 'The Joshua Tree'

O grupo chama a atenção por um novo lançamento, mas que não era nenhum disco ou singe novo. Robbie Robertson, um dos antigos membros do The Band (grupo que ficou famoso por gravarem vários discos com Bob Dylan nos anos 70, entre eles, o essencial duplo ao vivo Before The Flood) lança um disco solo apenas com seu nome. Nesse disco, havia uma canção chamada "Sweet Fire of Love", que Robbie havia gravado com a banda em agosto de 1986, dias antes do U2 entrar em estúdio para gravar 'The Joshua Tree'.
Em setembro, a banda volta os Estados Unidos iniciando a terceira e última parte da turnê americana. O primeiro show aconteceu no dia 10 e nesse dia tocam pela primeira vez “One Tree Hill”, música composta para Greg Carroll. Nesse mês o grupo ganha mais um integrante: o diretor de cinema, Phil Joanou.
Joanou havia sido escolhido para dirigir um filme que documentaria a excursão mundial. A idéia partiu de Paul McGuinness que achava que o filme anterior, realizado em Red Rocks não representava a realidade do grupo. Bono, aliás, o achava constrangedor. O diretor acompanharia o grupo entre os meses de setembro e dezembro e filmaria mais de 250 horas de película. Phil queria realizar o filme em preto e branco e em cores, deixando apenas o último concerto da turnê, no dia 20 de dezembro, curiosamente em Tempe (onde abriram e tiveram a polêmica com o governador Menchan) sendo realizado em cores. Joanou iria acompanhar também as gravações das novas canções.
O filme, no início seria bancado por um grande estúdio, mas as dificuldades começaram a aparecer e McGuinness fechou um acordo com a Paramount, que entraria com uma pequena parte de dinheiro, deixando o gasto principal para o empresário e para o grupo. Essa foi a maneira encontrada de terem um maior controle na produção.
O grupo ganha novamente a ganha da revista Rolling Stone e começam outra série bem sucedida de apresentações.
E resolvem mergulhar de vez na música norte-americana.
Em novembro, o grupo começa seu mês mais meu movimentado de toda a turnê e de forma inesperada.
O grupo teria no show do dia 1º, em Indianápolis, a abertura dos Los Lobos, que por alguma razão não puderam comparecer. Foi então que o U2 realizou uma velha idéia que vinha amadurecendo durante toda a excursão. Travestidos com perucas, chapéus e óculos escuros, entram no palco como os “Dalton Brothers”. Bono era Alton Dalton, The Edge era Luke Dalton, Larry era Duke e Adam Clayton (usando vestido) era Betty Dalton. A platéia fica sem entender nada e começa a vaiar aquele grupo que falava um arrastado sotaque caipira e que executou duas canções, “Lucille”, e “Lonesome Highway”. Saem do palco, fazem o show habitual. Na hora do bis, o U2 toca novamente “Lucille” e só então o público percebe que os Dalton era o U2. A brincadeira aconteceu outras vezes, sendo que na última, ganharam um outro “irmão”: Dallas Schoo, técnico-responsável das guitarras de The Edge.
A banda então partiu para a “casa sagrada” onde nasceu o rock ‘n’ roll, o estúdio Sun, onde Elvis Presley, Jerrry Lee Lewis, entre outros gravaram seus grandes clássicos. O grupo fez questão de contar com a presença de Cowboy Jack Clement, o responsável por essas gravações históricas. The Edge lembra que o estúdio era bem simples, com poucos avanços tecnológicos, o que caía coma uma luva, pois queriam gravar novas canções como se estivessem nos anos 50.
As gravações contaram com dois convidados ilustres: Bob Dylan e B.B. King. Bono conta que um dia acordou após ter um sonho com Dylan e estranhamente recebeu um telefonema na casa que havia alugado em Beverly Hills do próprio cantor e compositor norte-americano, para que fosse visitá-lo. Bono se dirigiu à casa de Dylan e mostrou uma letra que ele havia começado, mas não conseguia terminar. Dylan então sentou e juntos escreveram “Love Rescue Me”. Os dois entraram no estúdio Sun, junto com o U2 nos dias 29 e 30 de novembro para gravarem a canção. Dylan ainda deu uma canja tocando órgão em “Hawkmoon 269”.
Mas ele não foi a única presença ilustre nesses dois dias. B.B. King também compareceu após receber convite da banda. Eles se encontraram no dia 24 de novembro durante uma passagem de som, Bono mostrou a B.B uma canção que ele havia escrito chamada “When Love Comes to Town”. King adorou a canção e prometeu gravarem juntos. E de fato, aconteceu, mas B.B gravou sua parte de guitarra dias depois.
Foi ainda nesses dois dias que fizeram uma outra música, “Angel of Harlem”, uma homenagem à Billie Holiday. Essa gravação ficou imortalizada no filme Rattle and Hum por mostrar Larry parando a canção para coçar o pé!
Com canções novas, o som da banda sofreu significativas mudanças, ficando mais encorpado e o U2 passou a ser taxado de “rock de arena”, uma denominação que cai muito melhor em bandas do sul dos Estados Unidos, por fazerem um som mais acessível e comercial. No palco, Bono continuava a fazer inúmeros discursos e contando suas experiências, para horror dos críticos que taxaram o grupo de arrogante e de quererem mostrar uma pompa desnecessária.
O grupo ainda lançaria nesse mês um novo single apenas para o mercado norte-americano, “In God’s Country”, que não fez sucesso nas paradas.
Com as filmagens sendo finalizadas, faltava apenas filmarem os dois shows de Tempe em que seriam rodadas as cenas em cores da produção. Com medo de que o estádio não estivesse completamente lotado nos dias, Paul McGuinness ordena que os preços dos ingressos sejam reduzidos para apenas Us$ 5, possibilitando que mais de 110 mil espectadores compareçam aos shows de 19 e 20 de dezembro. Esses foram os últimos shows do grupo até setembro de 1989, com exceção de uma apresentação em Londres, em outubro de 1988.
Sobre o show, Bono confessou algo muito curioso: “Phil nos chamou e disse que só tinha aqueles dois shows para realizar as tomadas coloridas, mas que precisava de uma apresentação mais teatral, o que não estava acontecendo, pois sempre falamos diretamente com o público. Ele perguntou se eu poderia fazer um show mais para a ‘câmera’ do que para os espectadores. Eu, claro, concordei...”

agradecimento: www.beatrix.pro.br/mofo
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