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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Por dentro da música: 'Where The Streets Have No Name'

'Where The Streets Have No Name' foi lançada pelo U2 como single, 24 anos atrás, em Agosto de 1987.
A canção é a trilha favorita do aniversariante de hoje, João Kleber de Mattos, que participa aqui do blog e é fã do U2!
Então para celebrarmos, segue um especial sobre a faixa:
The Edge em sua casa em Monsktown, brincando em um estúdio caseiro de gravação Tascam, de 4 canais. Inserindo um arranjo de teclados. Ouvindo a gravação. Criando. Rebobina. Então a guitarra. O ritmo é bom. Tenta algumas variações no acorde. Pequenos retoques. Imagine um baixo. A bateria entrando. Faz sentir-se bem. O começo de uma canção...
Embora a banda tenha gostado da demo de The Edge, era difícil para eles gravarem a canção. O baixista Adam Clayton disse: "Na época, soou como uma língua estrangeira, enquanto que agora entendemos como ela funciona".
O arranjo, com mudanças de acordes freqüentes, foi ensaiado várias vezes, mas o grupo lutou para obter um desempenho que eles gostavam.
'Where The Streets Have No Name' é a faixa de abertura do álbum de 1987, 'The Joshua Tree'; e foi lançada como o terceiro single do álbum em Agosto de 1987. O gancho da canção é um arpejo de guitarra repetindo, usando um efeito de delay, tocado durante a introdução da música e novamente no final.
'Where the Streets Have No Name' é uma daquelas canções que parecia que não queria nascer. “Na nossa forma de escrever, às vezes sentimos que a canção já estava escrita”, The Edge disse para John Waters. “A canção já está lá, se você puder apenas colocá-la em palavras, colocá-la em notas. Nós a temos, mas não é percebido ainda”.
“Se você nos visse trabalhando no estúdio algumas vezes, você estaria coçando a cabeça tentando descobrir o que estávamos fazendo, sobretudo, se tivermos a sensação de que estamos em algo bom. Nós eventualmente chegamos lá. E 'Where the Streets Have No Name' é um grande exemplo, que levou semanas de trabalho para acontecer. E ficou perto de deixar Brian Eno louco no processo. Quanto mais a banda trabalhava na canção, mais ele se ressentia. Chegou um momento que ele ficou tão frustrado com a quantidade de tempo dedicada para 'Where the Streets Have No Name', que ele queria apagar o multi-track”. “Está certo”, The Edge recorda. “Nós não estávamos no estúdio naquele momento e ele pediu ao engenheiro assistente (Pat McCarthy) para sair da sala. Ele realmente tinha decidido fazer isso. Mas o engenheiro assistente não saiu. Ele ficou na frente do gravador, dizendo, ‘Brian, você não pode fazer isso’. E ele não fez. Mas foi por pouco.”
A versão de estúdio da canção foi compilada à partir de vários takes diferentes.
No final foi Steve Lillywhite, ao invés de Eno, quem mixou o produto final. “Demorou uma eternidade para chegar à essa faixa”, Daniel Lanois disse à Rolling Stone. “Tínhamos este quadro gigante com o arranjo escrito nele. Eu me sentia como um professor de ciências os conduzindo. Para obter a ascensão e queda, a dinâmica da música, levou um longo tempo”.
Ascensão e queda? Faz parecer quase sexual, um pensamento que pode não estar muito longe da verdade. Bono certamente soa inquieto e agitado como se ele se lançasse em uma confissão: “I wanna run/I want to hide/I want to tear down the walls/that hold me inside/I want to reach out/And touch the flame/Where the streets have no name”.
“Tem sido um tema todo o caminho através da música do grupo”, ele diz. “Neste sentido, de querer correr, querendo dar o impulso do caçador. Eu sempre acho que há dois tipos, caçador e protetor. Ou pra mim existe de qualquer forma. Se eu me submeto a um, eu serei um animal. E se eu me submeto ao outro, eu serei completamente domesticado. Algum lugar entre os dois é onde eu vivo”.
Todos nós sentimos o peso esmagador da domesticidade de uma forma ou outra em momentos diferentes. 'Where the Streets Have No Name' expressa o correspondente desejo de fugir. Mas também captura a necessidade desesperada de anonimato que alguém na posição de Bono freqüentemente sente: onde as ruas não têm nome, nem as estrelas.
O título, sem dúvida, baseia-se no tempo que Bono e sua mulher Ali passaram na Etiópia em 1986. Eles foram para lá como voluntários, trabalhando com agências de ajuda humanitária, distribuindo comida e auxiliando com saúde e iniciativas educacionais. Bono voltou à Irlanda, para o mundo ocidental, com um profundo sentimento do vácuo no coração da vida contemporânea. “O espírito das pessoas que eu encontrei na Etiópia era muito forte”, Bono disse. “Não há dúvida de que, mesmo em situação de pobreza, eles tinham alguma coisa que nós não tínhamos. Quando voltei, percebi que as pessoas no Ocidente são como crianças mimadas”.
Um dos pontos fortes da música é que nunca é muito clara, onde as ruas sem nome estão, ou precisamente o que a frase quer dizer. Ele poderia estar falando sobre o Céu. Talvez até mesmo oferecendo-nos um vislumbre de algum tipo de inferno particular. “Eu posso olhar para isso agora”, Bono diz, “e reconhecer que 'Where the Streets Have No Name' tem um dos mais banais dísticos na história da música pop. Mas também contém algumas das melhores idéias. De um jeito curioso, que parece funcionar. Se você tiver de qualquer maneira um peso sobre essas coisas, você não se comunica. Mas se você esbravejar ou descartar isso, então você faz. Que é um dos paradoxos com que eu tive que entrar em acordo.”
Outra inspiração de Bono para a composição foi a de uma história que ele ouviu falar sobre as ruas de Belfast, sobre a idéia de que é possível identificar a religião e renda de uma pessoa com base na rua em que vivem. Ele lembra: "Isso me disse algo, e então eu comecei a escrever sobre um lugar onde as ruas não têm nome."


A canção tem uma longa introdução, e Bono só começa cantar à 1 minuto e 46 segundos da faixa.
Ela pode ser encontrada em diversas formas na discografia do U2:
  • A versão do álbum 'The Joshua Tree'.
  • A versão do single, com backing vocais extras do Edge.
  • A versão editada da coletânea 'The Best Of 1980-1990'.
  • A versão "New Mix" da coletânea '18 Singles'.
  • A versão ao vivo do single 'Please', que foi gravada na Popmart Tour em Rotterdam.
  • A versão ao vivo do single de 'Electrical Storm', gravada na Elevation Tour em Boston.
  • A versão lançada no 'Duals', com a gravação ao vivo no show da turnê 360° em Pasadena, mixada com vocais do Soweto Gospel Choir.
O VIDEOCLIPE:

27 de Março de 1987: Num telhado da baixa de Los Angeles, um concerto do U2 que durou 20 minutos no telhado de uma loja de bebidas (Republic Liquor Store na 7th com a principal no centro de Los Angeles).
Esta apresentação resultou no vídeo de “Where The Streets Have No Name”. A performance do U2 teve a intervenção da polícia, depois que milhares de fãs da banda invadiram as ruas em redor do edifício, impedindo o trânsito.
Mini show para o público, algumas tomadas gravadas e objetivo atingido: a gravação do clipe com a atmosfera que se criou em redor da atuação.
Na sequência do ocorrido, após a polícia ter cortado a energia, Bono e Paul McGuinness foram detidos pelas autoridades, por conta da perturbação e do concerto não autorizado.
O vídeo da canção ganhou o Grammy Awards na categoria 'Best Performance Music Video', em 1989.
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