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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Turnê Popmart no Brasil, 1998: pelo U2, até o fim do mundo

Especial 15 anos de Popmart no Brasil - Parte 12

Já ouviu alguém dizer que pela banda do coração, iria até o fim do mundo ou até o inferno, se fosse preciso? Foi um inferno composto por: calor insuportável, filas, espera, preços altos, trânsito, comida gordurosa e horas arriscando a vida em rodovias. Foi mais ou menos isso que milhares de fãs de todo o Brasil suportaram para assistir aos shows do U2 na Popmart Tour em São Paulo, nos dias 30 e 31 de janeiro de 1998. Uma verdadeira maratona de sacrifícios, compensada pelo espetáculo visual e musical apresentado pelo grupo irlandês.
Os vendedores haviam transformado a Avenida Morumbi num camelódromo, repleta de carros transformados em lanchonetes e barraquinhas que vendiam desde cachorro-quente a estranhas misturas de uísque com côco. Claro que não podiam faltar os vendedores de camisetas, fitinhas, bandanas, fotos e outras coisas estranhas ou colecionáveis, tudo com a marca U2, mas, nesse caso, o melhor era ir aos estandes oficiais da turnê, onde um boné oficial não saiu por menos de R$ 20,00. Era o mercado pop dos irlandeses funcionando a todo vapor.
Do lado de fora do estádio, na parte da manhã as filas ainda eram tímidas, mas muita gente já estava ali desde a noite anterior. Munidos de cadeiras de praia, cobertores e mochilas, as pessoas lendo, jogando cartas, namorando ou simplesmente batendo papo para passar o tempo, indiferentes ao trânsito caótico da capital paulista. O primeiro desafio de quem chegava cedo era encontrar a fila certa e, depois, rezar para que o tempo não girasse tão devagar.
O sol da tarde veio como uma "lua" de rachar asfalto. A temperatura aumentava à mesma medida da expectativa, amplificada pelos acordes que saiam de dentro do Morumbi. Seria o U2 passando o som? Não, apenas os técnicos da banda. A sorte foi que a organização decidiu adiantar em quase duas horas a abertura das catracas, permitindo que o público conhecesse mais cedo parte da grandiosidade dos cenários da PopMart. Todo mundo que entrava, afirmava: a coisa toda era mais grandiosa do que esperavam!

E quem disse que foi um alívio? O sol torrava as cabeças da galera - e mandava muita gente para o posto médico instalado no estádio -, enquanto um mísero copinho de água era vendido a estorquivos R$ 2,00, e um cheeseburger com gosto de borracha e pingando óleo custava R$ 3,00, mais caro que um X-Salada completo. Os ponteiros do relógio pareciam emperrados. Para piorar, nuvens negras no céu assinalavam a proximidade de um temporal que, se por um lado daria um tempo no calor, por outro podia esfriar os ânimos do show.
Bastaram 20 minutos de Bootnafat para fazer a paciência do pessoal chegar no limite. A banda, vencedora de uma edição do Skol Rock, era tão ruim que a atração seguinte, Gabriel O Pensador, foi um presente dos céus, o que não significou exatamente empolgação. Mas bastou Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr. pisarem no palco para que todos esses percalços fossem esquecidos. A banda fez um show impecável, tocou a maioria de seus sucessos e ainda presenteou os fãs com um espetáculo visualmente inesquecível.
Apesar do cansaço, do sofrimento e tudo mais, todos os fãs foram categóricos: valeu a pena, e fariam tudo de novo!


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