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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A inspiração para "The Hands That Built America"

A canção "The Hands That Built America" do U2, lançada em 2002, é sobre Nova York. O primeiro verso da canção faz referência a Grande Fome Irlandesa, e os resultados da imigração de milhares de pessoas da Irlanda para os Estados Unidos, um fato que se reflete na demografia da cidade de Nova York.
Curiosamente, 13 anos antes, no dia 26 de dezembro de 1989, o U2 tocou no Point Depot em show pela turnê Lovetown.
Antes de executarem "Angel of Harlem", Bono disse: "As pessoas dizem: como é que você escreve uma canção sobre Billie Holliday, ambientada em Nova York? Você é um cara de Dublin, você vem da Irlanda, o que você sabe sobre Nova York? Eu respondo: escute homem, nós irlandeses, construímos Nova York!"
Embora a partir da década de 1820 já se percebia um forte crescimento imigratório de irlandeses para os Estados Unidos, o seu auge foi alcançado com a grande fome de 1845–1849 na Irlanda. Grande parte da população desse país dependia do consumo de batata para sobreviver, o que resultou numa tragédia quando várias plantações de batata foram contaminadas por uma doença. Tal fato acarretou na morte de cerca de um milhão de pessoas de fome e outro milhão teve que imigrar da ilha para sobreviver, a maioria indo para os Estados Unidos. As condições dessa imigração em massa foram traumáticas e os navios que transportavam esses imigrantes eram conhecidos como "navios tumbeiros", pois os índices de mortalidade durante a viagem alcançavam os 30%, semelhante aos navios negreiros que transportavam escravos da África.
A grande fome alterou as estruturas familiares da Irlanda, uma vez que, em meio ao caos, menos pessoas se casavam e tinham filhos, fazendo com que muitos passassem a viver sozinhos. Consequentemente, muitos cidadãos irlandeses estavam menos ligados a obrigações familiares e puderam mais facilmente migrar para os Estados Unidos nas décadas posteriores.
A maioria desses imigrantes se instalaram no Nordeste dos Estados Unidos, principalmente nos grandes centros urbanos, uma vez que ali eles poderiam criar suas próprias comunidades que serviam de apoio e proteção nesse novo ambiente e também porque eles não tinham capital para se mudar para o interior, tendo que se contentar em fixar residência perto dos portos em que desembarcavam. Cidades com grande número de imigrantes irlandeses incluíam Boston, Filadélfia e Nova York, bem como Pittsburgh, Baltimore, Detroit, Chicago, St. Louis, St. Paul, San Francisco e Los Angeles. Em 1910, havia mais pessoas em Nova York de origem irlandesa do que em Dublin, e ainda hoje, muitas dessas cidades ainda mantêm uma comunidade irlandesa substancial.
Grande número de irlandeses desempregados ou muito pobres viviam em condições precárias em favelas e cortiços das cidades americanas. Os irlandeses eram os mais pobres de todos os grupos de imigrantes que chegaram aos Estados Unidos no século XIX. Embora os católicos irlandeses começaram muito baixo na escala social, por volta de 1900, eles já tinham emprego e renda igual à média americana. No entanto, havia ainda muita pobreza entre os irlandeses da classe trabalhadora em Chicago, Boston, Nova York, e em outras partes do país. Depois de 1945, os irlandeses católicos consistentemente ascenderam ao topo da hierarquia social, graças principalmente à sua elevada taxa de graduação em faculdade.
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