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segunda-feira, 21 de abril de 2014

October: o disco mais europeu do U2

Entre o primeiro álbum, 'Boy' que estabeleceu o U2 como uma banda underground importante, e 'War', que começou a movê-los para o pelotão de frente, MTV e shows como headline, veio o problemático segundo álbum, 'October'.
"Eu acho que o October sofreu como álbum por causa do pouco tempo que tivemos para prepará-lo, mas na verdade é um álbum muito bom", diz Edge. "Há alguma espontaneidade real, um frescor real porque não tínhamos tempo para fazê-lo de outra maneira. Eu gosto de "Stranger in a Strange Land", "Tomorrow". "October" era uma música que poderia ter ido à lugares diferentes mas não tínhamos tempo para fazer mais nada com ela, então dissemos: 'Bem, vamos colocá-la como está."
"October é um álbum muito europeu porque justamente antes de escrever aquelas músicas e gravar aquele álbum tínhamos passado o nosso tempo viajando pela Europa. Nunca havíamos estado na Alemanha, Holanda, Bélgica, França. Nós dirigíamos através destas austeras paisagens da Alemanha no Inverno. Aqueles tons e cores definitivamente surgiram nas músicas que escrevemos.
"Foi um verdadeiro abrir os olhos. 'Boy' foi escrito e gravado no contexto de Dublin. Quatro caras se juntam, decidem ser uma banda, escrevem umas músicas porque eles se sentem inspirado por este enorme, novo tipo de música que está acontecendo do outro lado da água. Há todos estes álbuns em voga: The Jam, Horses da Patti Smith foi um álbum importante para nós, Television, Richard Hell and the Voidoids. Foi um período incrível, extremamente excitante. Mas, aqui estávamos nós em Dublin, tentando colocar sentido em todas estas coisas que ouvimos de lá de fora, tentando colocar sentido em nossa própria vida no contexto de Dublin. Então, acabamos no meio da Europa numa van Transit, dirigindo através do corredor entre a Alemanha Oriental e a Ocidental em direção a Berlim. Isto simplesmente nos deu uma perspectiva totalmente diferente. De uma maneira esquisita era uma perspectiva mais Irlandesa, porque, de repente, nossa Irlandesidade nos pareceu mais tangível, muito mais óbvia, talvez até mais importante.
"October foi uma luta do início ao fim. Para nós foi um álbum muito difícil de fazer porque tínhamos um grande problema com o tempo. E eu estava passando por esta coisa de não saber se deveria estar na banda ou não. Foi muito difícil manter as coisas todas no lugar e ainda se manter focados para realmente acabar a gravação no tempo que tínhamos. Você podia ouvir o desespero e confusão em algumas das letras. "Gloria" é na verdade uma letra sobre não ser capaz de expressar o que está acontecendo, não ser capaz de deixar de lado, não saber onde estávamos. Após termos nos atirado nisto estávamos tentando que isto fizesse algum sentido. 'Por que estamos nisto' Foi um período muito difícil."

Do livro: U2 At The End Of The World, de Bill Flanagan

Tradução: Fórum Ultraviolet Brasil
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