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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Batizando 'The Unforgettable Fire'

Uma das inspirações para o álbum do U2 de 1984, foi o museu da Paz em Chicago, onde havia uma exposição denominada The Unforgettable Fire (O Fogo Inesquecível), uma mostra de quadros e desenhos por partes dos sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki.
A pintura era uma forma de terapia destinada a ajudar essas pessoas a classificarem emoções interiorizadas. A imagem dessa purificação, juntamente com a compreensão que dava o horror do holocausto nuclear, não saia da cabeça de Bono. Era apenas um dos fios condutores do disco.
Mais tarde tornou-se o título para o disco, quando a banda ainda tentava descobrir qual seria o tema dele.
Sobre isso, Bono disse: "O tema do álbum era um namoro com a morte, a cisão nuclear, a matéria-prima de uma central elétrica ou das armas de destruição em massa. O título tem uma harmonia muito rica e muito evocativa de uma cidade, nesse caso, de Tóquio. Conhecemos um cara que foi editor no Japão. Chamava-se Tatsui Nagashima. Lembrava dos bombardeios sobre Tóquio e nos falou do calor daquele inferno, de amigos e familiares correndo para fugir das bolas de fogo que engoliam a cidade feita essencialmente de papel e madeira. Ele e sua mulher conseguiram escapar, mas o resto da família dele morreu queimada. Mais tarde trabalhou como intérprete numa base americana. Perguntei: “Como conseguiu fazer isso, quando foram os americanos que mataram a sua família?” E ele respondeu: “Não faz parte da nossa cultura pensar no passado, nós pensamos no futuro.” Eu julgava que o perdão era um conceito judaico-cristão, mas ele sentiu o que disse. Ele tinha levado os Beatles para o Japão. Abraçava tudo o que fosse americano e europeu. Mas vale a pena lembrar que os japoneses são o único povo da terra que compreendeu verdadeiramente o feitiço E=mc2 e que sabe o que é ver cidades inteiras evaporarem. Vale mesmo à pena louvar Tóquio, renascida das cinzas, como Fênix. Vale à pena lembrar também que no código dos Samurais, o vencido toma as cores do vencedor. Adota-se a filosofia da pessoa que nos rebaixou. E se não foi o Japão que derrotou a América na área do comércio e do mercado livre, não sei quem terá sido. Não sei se há muito sobre esse tema, mas não nos contam nada."
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