Steve Stockman, autor do livro 'Walk On: A Jornada Espiritual Do U2', em seu blog Soul Surmise:
Uma das minhas frases favoritas no mundo e muito, muito frequentemente repetida é a definição de vocação de Frederick Buechner: "Onde a sua alegria mais profunda encontra a necessidade mais profunda do mundo".
'Songs Of Innocence' no geral é todo sobre o U2, e Bono em particular encontra aquela vocação:
"Eu era jovem, não mudo
Só queria ser cegado
Por você, uma novidade
E nós éramos peregrinos no nosso caminho ... "
A âncora para a canção "The Miracle (Of Joey Ramone)" é o amigo da banda, Guggi. É ele quem encontra uma porta de saída e abre para os integrantes do U2 assistirem ao show do Ramones.
Adolescentes encontrando seu caminho na música. Bono descobrindo outro cantor que, como ele descreve, cantava como uma menina. Todas as coisas musicais tornaram-se possíveis.
Mas, como com tudo do U2, há mais no "milagre" e na peregrinação do que em uma carreira na música.
Esta é outra canção de redenção. Milagres são espirituais e para Bono a música se mistura com sua descoberta da fé e com sua peregrinação.
"Eu acordei no momento em que o milagre aconteceu
Ouvi uma canção que fez algum sentido naquele mundo lá fora
Tudo o que eu tinha perdido, agora havia retornado
No som mais bonito que já ouvi"
Um jovem perdido e confuso encontra um milagre para dar sentido a tudo. A linha chave é "no som mais bonito que já ouvi". Isto é onde som e espírito realmente se tornam um.
Bono é conhecido por amar o antigo hino "Amazing Grace" e ele canta seu amor na linha "Graça maravilhosa, como é doce o som".
Esta é a hora do milagre de Bono, com certeza, mas, bem como a figura punk de Joey Ramone, a gema da teologia cristã que é o favor imerecido da Graça de Deus para a confusa humanidade perdida, é o centro do mix.
Bono continua com isso, na linha "recebo tantas coisas que eu não mereço". Graça novamente!
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