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sábado, 8 de agosto de 2015

Especial 54 Anos de The Edge


"Passei a infância como um protestante e inglês, ou galês, na verdade, no que é ostensivamente um país católico, e foi um pouco estranho às vezes. Havia momentos em que me sentia um pouco como uma aberração, e passei alguns anos sendo uma pessoa muito quieta. Eu não saia muito. Entre 14 e 16 anos de idade foram os anos quando ouvi a maioria das músicas."

"Eu perdi a fase da maioria dos grandes guitarristas. Quer dizer, eu tinha apenas oito anos quando o Woodstock aconteceu. Por isso, meio que fui por mim. Mas eu tenho tocado guitarra por algum tempo. Eu tive a minha primeira guitarra quando eu tinha cerca de nove anos de idade. Levei cinco anos para aprender a deixá-la no tom. Mas foi fácil a partir daí. Minha mãe me comprou uma guitarra, e eu aprendi a deixar no tom, nela. Eu tive uma antes desta, que era uma pequena guitarra espanhola. Mas há a sensação de potencial, de poder, quando você tira em uma guitarra elétrica. E então você aprende que tudo é sobre controlar esse poder."

"Meus sentimentos são uma série de contradições. Só sei que quando eu pego a guitarra e Bono começa a cantar, me sinto bem com isso. E é isso que eu acho que precisa ser justificado. Não estou fingindo que eu tenho tudo resolvido. Mas esta banda é especial, e isso é tudo que preciso saber."

"Quando formamos o U2, eu sabia mais como eu não queria soar, do que como eu queria soar. De algum modo é por isso que minha música é tão mínima. Se toca com poucas notas, mas encontra essas notas que fazem a maior parte do trabalho. Tornou-se um modo de trabalhar. Se eu pudesse tocar uma nota em uma música inteira, eu faria. "I Will Follow" é quase isso."

"Fomos gravar algumas demos no começo, e eu achei que seria legal se eu tivesse uma unidade de eco. Na verdade, Bono deu a ideia de eu ter um. Peguei dinheiro emprestado com um amigo e comprei o Memory Man, uma unidade realmente barata. Nós escrevemos "11 O'Clock Tick Tock" e depois "A Day Without Me", e isso se tornou parte integrante das minhas partes de guitarra. Eu realmente acho que o uso de tratamentos e os efeitos é uma das razões do U2 funcionar tão bem ao ar livre e nestas grandes arenas. O som apenas parece ressoar através destas grandes arenas. Nós nunca tivemos qualquer problema em fazer o nosso trabalho em um grande espaço. Na verdade, eu acho que eu me sinto mais em casa, em um grande espaço, do que tocando em pequeno clube ou anfiteatro."

"Por um tempo, eu queria ser esse tipo de homem da Renascença no grupo, fazendo trilhas sonoras, produzindo outras pessoas e esse tipo de coisa. Mas fazendo parte de uma grande banda de rock, não é fácil, e eu percebi que se quisermos ser um grande grupo de rock, não há tempo para quase nada além disso."

"Eu nunca gostei de meu sorriso. Esse era o problema, e por isso eu sempre aparecia sério nas fotos antigas. A gente só escreve canções. Isso é o que fazemos. E a ideia de ser um líder é tão horrível. É a última coisa que sempre quis ser. Mas eu amo as fotos de Anton Corbijn. Eles são meio europeias. Ele nos deu um senso de sermos europeus."

"Cada álbum é difícil de fazer. Se fosse fácil, nós faríamos um por mês."

"Eu acho The Joshua Tree um álbum brilhante. Mas não é brilhante o suficiente para mim. Tenho muito orgulho do álbum. É o mais perto que chegamos para o que queríamos fazer. The Unforgettable Fire foi um registro muito mixado, um monte de experiências. Mas com The Joshua Tree realmente partimos para escrever músicas e trabalhar com a canção como uma espécie de limitação. E agora não sinto muito a necessidade de inovar, como senti antes. Sinto-me mais em casa com a ideia de trabalhar dentro de áreas clássicas."

"Muitas pessoas foram rudes com 'Rattle And Hum'. Nós gostamos de pensar que foi um sucesso artístico, na medida em que ele nos permite ser seres humanos. Talvez ele mostrou alguns lados nossos ao mundo, que não querem ver, como o fato de que somos seres humanos, e podemos fazer besteira também. Paradoxo para o garoto que estuda na escola secundária, anda na linha, capitão do time de futebol e nunca fez nada de errado nos olhos atentos de seus pais. Então, uma noite pegam ele bebendo cerveja e fumando um cigarro de maconha. Eles ficam tão irritados por isso ter estragado sua percepção dele. Eles não percebem a pressão que eles já submeteram ele. Assim, sua forma de se rebelar é ir ao fundo do poço um dia e ser pego de propósito, apesar de sua percepção de que ele vai ser colocado no inferno por isso. O U2 é aquele garoto, na sequência de The Joshua Tree. Éramos os queridinhos de todo mundo. E sim, intencionalmente deixamos várias partes no filme que esperávamos que seríamos totalmente ridicularizados por aquilo. Tudo aconteceu tão rápido para esta banda que um dia tinha 18 anos e então nós num piscar de olhos tínhamos 30. 'Rattle And Hum', eu acho, exorciza alguns dos estágios de crescimento adolescente que o U2 não foi permitido fazer, seja por auto pressão ou pressões dos negócios que escolhemos, a indústria da música. Desculpa, mas sim, nós somos seres humanos. Sim, nós somos indivíduos e acima de tudo, não, U2 não é maior que a vida ou maior que Deus."

"Achtung Baby é um registro muito especial. Não foi fácil de fazer. Porque nos anos 80, a ascensão meteórica para o Top Of The Pops parecia como uma seqüência de sonho. Eu acho que cada comentário que eu li, que eram o mínimo possível, repreendeu 'Rattle And Hum' e a maioria fizeram esses viciosos ataques pessoais a membros individuais da banda. Eles mexeram com nós, com certeza. Nós tivemos que olhar para um monte de espelhos e nos re-provar à nós mesmos. Então tivemos que justificar o nosso sucesso e nossa existência numa banda da magnitude do U2. Mas você sabe? Nos fez muito mais fortes. Nós todos individualmente paramos e olhamos em volta e dissemos: "Sim, nós precisamos um do outro." Não, eu, pessoalmente, não sou uma estrela. Nenhum de nós é maior do que a banda. Nem o Bono, nem eu, nem o Adam, nem o Larry. Somos dependentes um do outro, do ponto de vista musical, mas nós somos quatro indivíduos muito diferentes do ponto de vista humano. Foi uma lição cara e dolorosa. Mas finalmente fizemos o disco."
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