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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Imagens da destruição de uma cidade da Síria que são mostradas no telão nos shows da turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE do U2 foram registradas por fotógrafo brasileiro


O tema poderoso e emocional mostrando as vítimas do conflito e da crise global dos refugiados na Europa, fazem parte agora do segundo ato dos shows na turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE do U2, na perna européia.


O vídeo mostrado no telão em "October" traz a destruição de Kobane, cidade da Síria, na fronteira com a Turquia. E estas imagens foram registradas por um brasileiro.


Uma cidade-fantasma. Assim pareceu Kobane à primeira vista aos olhos do fotógrafo brasileiro Gabriel Chaim, que passou quase um mês na cidade síria entre abril e maio deste ano.
As casas destruídas, os restos de móveis e roupas misturados aos escombros e a população vivendo no meio do monte cinzento de concreto foram cenas registradas por ele não só do seu ponto de vista de observador no solo, mas também do alto.
Chaim levou um drone para a sua viagem, a quarta que ele fez à Síria desde que o país entrou em guerra, há mais de quatro anos. Especializado em cobertura de conflitos, o brasileiro acoplou sua câmera a essa espécie de avião não tripulado e captou filmagens e fotos a partir do alto.
As fotografias dão uma dimensão clara do estado em que a cidade ficou após quatro meses de violentos combates entre os radicais da organização Estado Islâmico (EI) e soldados curdos (o povo que morava na cidade).
O fotógrafo diz que teve a ideia de levar um drone para a guerra na última viagem que fez à Síria, no ano passado. “Como eu estava apenas em solo, a minha mobilidade se restringia muito”, conta. “Já voltei para o Brasil pensando em levar um drone da próxima vez que fosse para lá.”
Ao ver o que havia acontecido na cidade de Kobane, ele achou que as imagens aéreas seriam uma boa forma de fazer o registro. Comprou o equipamento uma semana antes de viajar e aprendeu a operá-lo em campos para aeromodelos de São Paulo, onde mora.
O drone fez sucesso entre os curdos. Crianças se empolgavam com o veículo voador e acenaram várias vezes para a câmera.
Mesmo acostumado a cobrir guerras em lugares como Síria, Iraque e Faixa de Gaza, Chaim ficou chocado com o que viu em Kobane. “Foi um impacto muito forte. Era muita destruição em um pequeno espaço. Ruínas misturadas com pedaços de sofás, carros, lençóis, edredons, carrinhos de bebê”, lembra.
Além de captar as imagens aéreas, Chaim caminhou pela cidade para conversar com os moradores. “Via famílias e mais famílias morando no meio do nada, em lugares que tinham sido uma casa antes, mas agora só tinham o teto”, relata.
Entre as cenas que viu, lembra-se de uma que sintetiza o espírito dos moradores que tentam voltar à vida normal no meio do caos: uma mulher lavando roupa em uma bacia na frente de sua casa destruída.
“Eu não acreditava naquilo. Como ela conseguia pensar em lavar uma roupa se não tinha casa? Mas ela estava lá, seguindo a vida. Os filhos brincando, sorrindo. Isso me impressionou”, diz o brasileiro.
Após fazer a cobertura em Kobane, Gabriel Chaim foi detido quando tentava voltar à Turquia cruzando a fronteira ilegalmente – segundo ele, a mídia não consegue entrar legalmente por essa fronteira.
Ele ficou uma semana em duas celas diferentes nas cidades de Sanliurfa e Ancara -- na segunda, dividiu o espaço com membros do Estado Islâmico. No dia 12 de maio, foi deportado para o Brasil.

Agradecimento: G1
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