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sábado, 19 de março de 2016

O que faltou para Bono ver um show do REM pela primeira vez? Gasolina....


Bono conta sobre quando não conseguiu ver um show do REM por falta de gasolina, e também de sua amizade com Michael Stipe:

"Havia em Atlanta uma banda da qual o U2 se tornou muito amigo, o REM. Naquele tempo eles eram o máximo e mais conhecidos do que nós no Reino Unido pelos seus álbuns. Nessa turnê, tentamos ir vê-los em Los Angeles. Havia um cara chamado Charlie McNally, um promotor alto, magro, de Dublin, que em tempo se encarregou do U2. O Charlie tinha saído da Irlanda com uma espécie de nuvem negra sobre ele e disse que não voltaria enquanto não ganhasse o seu primeiro milhão. Assim, alguns observadores mais severos disseram: “Parece que tão cedo não vamos tornar a vê-lo.” De um momento para o outro, gerenciava um negócio de limusines na América e o Paul McGuinness estava ansioso para usá-las, pois ele tinha sido muito bom com a gente.
Ele estava então nos levando para o show do REM e aconteceu uma coisa inacreditável no caminho. A razão pela qual só muito, mas mesmo muito mais tarde é que vi o REM... ficamos sem gasolina. Tivemos que sair da limusine e empurrá-la. Empurramos durante bastante tempo só para poder tirá-la da estrada. Foi um momento fantástico. Há sempre alguma coisa que nos faz lembrar da nossa terra.
Acabamos vendo o REM quando o Ian Flooks organizou o fabuloso show The Longest Day Concert, em Milton Keynes, na Inglaterra. Era um festival que seria o nosso show e com algumas das melhores bandas de sempre reunidas num único dia. U2, REM e Ramones. A banda que nos transformou em uma banda – e era nossa convidada. Como é que isso aconteceu? Talvez Deus não exista. Lembro de ir ao camarim e de ver um cara baixinho, de aparência estranha com o cabelo cheio de trancinhas escrevendo em um pedaço de papel. Parecia o Lucky de ‘A Aspera De Godot’, com uma expressão impressionante, tragicômica. Aproximei dele com timidez e o cumprimentei. Ele tinha uma bonita e harmoniosa voz fanhosa, com sotaque do sul e modos perfeitos. Foi nesse momento que conheci Michael Stipe. Ele estava lendo alguma coisa e eu também (não lembro o quê), mas foi um momento tipo “o meu é mais interessante do que o seu” e houve aquela dança de dois contemporâneos em torno um do outro. E assim começou uma relação que é das mais importantes da minha vida. A amizade de Michael Stipe significa mais do que eu posso dizer. Ele é das pessoas mais coerentes que se possa ter como amigo. Eu me considero muito leal, mas inconstante. Ele é muito leal."
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