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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Popmart Tour São Paulo - 31 de Janeiro de 1998

31 de Janeiro de 1998. A segunda noite em São Paulo. Um dos melhores shows da carreira do U2. A noite da despedida da banda do Brasil prometia ser quente, igual aos 35 graus ou mais que fazia em São Paulo naquele sábado.
Quem entrou no Morumbi logo depois que os portões se abriram, às 15 horas; puderam acompanhar os retoques finais que estavam dando ao palco do show, com direito à testes no som dos instrumentos. Uns acordes de Gone foram tocados pelos engenheiros de som.
Nos testes de luzes do telão, grandes manchas esverdeadas e a heroína Tomb Raider dando um salto, para delírio do público já presente.
Depois de Bootnafat, e Gabriel O Pensador, o público estava mais que ansioso.
Bitter Sweet Symphony, do The Verve; começa a tocar no P.A do estádio. O U2 está quase pronto pra entrar..........
21h28 e os acordes iniciais de Mission Impossible tocam alto no sistema de som. As quase 100 mil pessoas se agitam. O U2 já estava à caminho........
Pop Muzik se inicia ainda com as luzes do estádio acesas. Um minuto depois, o estádio fica às escuras. Gritos ecoam. O telão se acende. O U2 vem em direção ao palco, pelo meio da multidão. Os quatro devidamente uniformizados, cada um à sua maneira.
Bono pega o microfone e se pode ouvir os primeiros resquícios de sua voz. O eco de suas palavras se espalham, enquanto os acordes eletrônicos de Mofo são ouvidos. Bono grita 'São Paaaaaaauloooooooo', para introduzir a música em grande estilo. The Edge, Larry e Adam entram em ação e se juntam à Bono. Mofo abre o show com estilo, e o público observa o telão explodindo em magníficas e alucinantes cores, cujas imagens são tão grandiosas e cristalinas quanto o som que sai dos amplificadores.
A clássica e emblemática "I Will Follow" surge pra tirar a platéia do estado hipnótico. Ela é tão nostálgica e tem um valor tão importante por ser 'o primeiro hit do U2'; que a platéia pula e faz o Morumbi tremer por minutos.
Gone é dedicada à Michael Hutchence. Muitas luzes e um belo backing vocal de The Edge.
A introdução de Even Better Than The Real Thing traz o som inconfundível da guitarra de The Edge e principalmente, Bono e seu português 'quase perfeito' : "E aí galera! E aí Romário! Beleza?".
Last Night On Earth tem altas doses de guitarras e loopings eletrônicos, com o público cantando alto o refrão (era o clipe mais recente do U2 no Brasil na época do show). O show segue com Until The End Of The World; onde o público assiste com atenção ao duelo entre Bono e The Edge.
O telão é desligado. Era o momento de o U2 fazer mágica e ninguém iria notar qualquer imagem que viesse dele. Apenas algumas luzes e os quatro integrantes tocando seria necessário.
Adam Clayton inicia em seu baixo a introdução de New Year's Day. Nostalgia pura. 200.000 mãos batem palmas no alto, no ritmo que Bono ordena.
Agora é a vez de Larry fazer uma introdução de bateria e The Edge tocar o riff inicial de Pride In The Name Of Love, levando o público ao extase total. Era o ápice do show. O público canta em uma só voz "in the name of love, what more? In the name of love...", com imagens de Martin Luther King no telão. O 'ôôôô ôôôô ôôô ôôô...' do público não pára, mesmo depois do final da música. A banda observa, com orgulho e surpresa.
Momento para mostrar uma faixa da Anistia Internacional. Bono surpreende e fala em português: 'Seus país é lindo. Seu povo é lindo. Suas vozes são lindas. Não esqueceremos vocês' e aproveita o momento para elogiar a estrutura do lugar que o palco foi montado e agradece o dinheiro gasto pelos ingressos para o show da Popmart. E iniciam I Still Haven't Found What I'm Looking For. No telão, apenas luzes e cores. O estádio inteiro com seus isqueiros, cantam junto a letra. Adam Clayton em uma entrevista depois do show disse que ficou surpreso em ver o público cantar tão corretamente, sendo que o Inglês não é uma língua oficial no país, além de ser um idioma difícil.
All I Want Is You é tocada em seguida, marcando o final do primeiro ato dos quatro juntos.
Larry e Adam saem de cena.
Ficam Bono e The Edge, com seus violões. Bono fala: "Posso pedir um favor para vocês? Ganhem a Copa do Mundo para Irlanda" A platéia vai ao delírio. Gritos de "U2, U2, U2" se misturam com "Pentacampeão! Pentacampeão!".
Uma versão acústica de Staring At The Sun é apresentada. Bono sai de cena logo depois.
The Edge e seu violão são os únicos remanescentes. Edge explica sobre os 26 anos do Domingo Sangrento e toca uma versão desplugada de Sunday Bloody Sunday. Mesmo sendo uma versão ótima e comovente, ficou a frustração de não ouvir a versão elétrica, com a introdução épica da bateria de Larry. Mas o show tinha que continuar.
A platéia já estava com saudade de Bono, Larry e Adam; que se juntam novamente à Edge para executar a versão pesada e progressiva de Bullet The Blue Sky. Um Bono americanizado grita "Brasil" na letra, enquanto aviões se chocam nas imagens do telão. Muitas cores vivas e explosivas, luzes ofuscantes e um solo inigualável de The Edge.
Please é mais uma canção de protesto do novo album. Muito bem executada ao vivo, com um forte som do baixo de Adam e uma bateria típica de Larry Mullen. Ela precede o grande clássico Where The Streets Have No Name. A platéia pula e canta, com fôlego. Ao final, Bono diz "você são malucos" e vai saindo de cena.
Não restou nenhum integrante desta vez. Todos deixam o palco para a chegada do disco voador que aparece no enorme telão. Ele pousa com muito barulho e efeitos sonoros, muitas luzes piscantes e uma dançarina transexual dança no telão ao som de Lemon (The Perfecto Mix). O limão enorme e prateado sai da lateral girando e pára sobre o PalcoB. Quando ele se abre, o U2 está dentro vestidos com camisetas da Seleção Brasileira. No meio do público, é o momento de tocarem Discothéque numa versão bem rock, If You Wear That Velvet Dress e a balada romântica With Or Without You, para delírio e comoção geral. Para não perder o costume, Bono dança junto com sua Cinderela. É hora da despedida. Bono dá 'tchau' para São Paulo e 'tchau' para o Rio.
Acabou? Não!
Depois de um breve silêncio, uma ensurdecedora sirene é tocada. Macphisto e o sinal do Batman começam a aparecer no telão. The Edge surge com um som pesado de guitarra e morcegos voam no telão. Com uma distorção alucinante e um som contagiante e barulhento, eles tocam Hold Me Thrill Me Kiss Me Kill Me. Uma música que funcionou perfeitamente ao vivo.
Mysterious Ways e One vem em seguida, para alegria do público e dos adoradores do album Achtung Baby. O telão exibe lindas imagens e animações. Bono agradece mais uma vez, e agradece a MTV Brasil; que estava transmitindo o show ao vivo.
Para se despedir definitivamente, eles escolhem a clássica canção 40, do album War. Com o canto 'how long to sing this song?', o U2 vai embora e coroa sua inesquecível passagem pelo Brasil.

Setlist:
Mofo, I Will Follow, Gone, Even Better Than The Real Thing, Last Night On Earth, Until The End Of The World, New Year's Day, Pride (In The Name Of Love), Neon Lights (snippet) / , I Still Haven't Found What I'm Looking For, All I Want Is You, Staring At The Sun, Sunday Bloody Sunday, Bullet The Blue Sky, Please, Where The Streets Have No Name

encores: Discothèque / Take Your Partner By The Hand (snippet) / Black Betty (snippet) / Stayin' Alive (snippet), If You Wear That Velvet Dress, With Or Without You, Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me, Mysterious Ways, One, 40


Observação: o áudio e video existentes dessa apresentação são excelentes e contém o show na íntegra. O show foi transmitido ao vivo na TV e Rádio. Audio e Video obrigatório. Show histórico!

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Video 'I Will Follow':


Video 'Discotheque':


Video 'Staring At The Sun':


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Curiosidade: a apresentação no Brasil no 31 de janeiro de 1998, foi considerado pela própria banda como um dos 10 melhores shows da história do U2.

Em 2000, quando o U2 lançou o album All That You Can't Leave Behind; Bono revelou em uma entrevista que o album representava o retorno do U2 à suas origens, e que a motivação para realizar o album veio depois do segundo show realizado em São Paulo. Segundo ele, ali ele sentiu que o U2 estava mais vivo do que nunca e que a banda ainda empolgava as platéias presentes. Então o U2 resolveu escrever novas músicas, idealizar novos sons e realizar uma nova tour.
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