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segunda-feira, 27 de abril de 2009

Combate Rock: Jam-Session com superbanda nacional regrava canção do U2

Quem explica o pródigo encontro é Dado Villa-Lobos, diretor do selo RockIt! e mentor da superbanda e do disco. "A banda foi formada de bobeira, para tocar no encerramento de um festival anos atrás", diz o ex-guitarrista da Legião. Mais precisamente, tratava-se de uma edição do Skol Rock, evento para revelar bandas iniciantes, em novembro de 1998. Para a final do concurso, reabriu-se a boate Noites Cariocas, no Morro da Urca (RJ) - um dos palcos cruciais para o nascimento da safra 80's do rock nacional, que viu shows da Blitz, Kid Abelha e Gang 90 ainda engatinhando. "Foi uma noite para não se esquecer. Foi realmente incrível ver aquela galera toda, tocando com a maior empolgação. Eu me senti como se estivesse estreando de novo, cheio de entusiasmo", diz Dado.
Reúniram-se de uma só tacada Philippe Seabra e Jander Bilaphra (Plebe Rude), Roger Moreira e Mingau (Ultraje a Rigor), Dinho Ouro Preto (Capital Inicial), Toni Platão, Fausto Fawcett & Carlos Laufer, Nasi (Ira!), Evandro Mesquita (Blitz), Redson (Cólera), os três Paralamas do Sucesso e os remanescentes da Legião Urbana Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá.
Alguns dias após o histórico show, Dado propôs à galera que participou, um registro em estúdio da jam-session. "Era bom demais para que não ficasse nada gravado. É claro que foi em clima de recordar é viver, mas acabou superando as expectativas", fala Dado. Sob sua produção (junto a Tom Capone), a rapaziada do show no Morro da Urca se trancou no estúdio AR por três dias em dezembro de 1998. Na lista de canções, todos os clássicos revisitados no primeiro espetáculo, mais algumas canções de grupos gringos (Lost in the Supermarket, do Clash - que aliás inspirou, com seu álbum Combat Rock, o nome da "banda" - China Girl, de David Bowie e Sheena Is a Punk Rocker, dos Ramones). "O negócio era manter o mesmo clima do show, por isso gravamos tudo ao vivo. Ensaiamos muito pouco, menos de uma semana", relembra Dado.
Em 2001, um CD chamado Jam 80, com parte dessas canções; foi encartado em uma edição da revista Showbizz. Mas ela não continha uma das melhores canções tocada na noite do show e gravada pela superbanda.
Neste mesmo ano, o CD Combate Rock foi relançado quando a RockIt! firmou um contrato de distribuição com a Sony. E novamente faltava esta canção.E em uma terceira edição deste CD, lançada em 2005 pela EMI, a canção que tinha ficado de fora das duas edições anteriores do CD, finalmente estava presente como bônus track: uma versão fiel de I Will Follow, clássico do U2.
Esta gravação de I Will Follow com músicos brasileiros, vale a pena ter na coleção!
Dinho Ouro Preto comentou em 2005 sobre Bono, em uma matéria para a Folha de São Paulo:
'Acho que tenho um gosto comum. Gosto das bandas que são, em geral, as preferidas da maioria. E o U2 é uma banda da qual quase todo mundo gosta. Menos, é claro, alguns colunistas da FOLHATEEN, que não gostam de quase nada. Quando comecei a ouvir punk rock já começava a surgir o que seria os pós-punk. Nas nossas festas, rolava “Rock The Casbah” e “I Will Follow”. Os punks mais engajados torciam o nariz, mas eu achava ótimo. O álbum “Boy” teve um impacto moderado. Era legal, mas havia outras milhares de bandas bacanas. O negócio ficou mais sério com “War”. Dali para frente havia fãs roxos, com os quais não se podia discutir. Bono na terra e no céu também. Bono está no nível dos melhores letristas do mundo, ao lado de Bob Dylan, David Bowie e John Lennon. O que vejo de mais interessante no caso dele é o fato de ter começado a escrever as suas melhores letras depois dos 30 anos, algo muito pouco comum entre os compositores. Como ponto negativo, destaco o fato de ele ter recentemente se associado a ícones dos quais nunca precisou no passado para conquistar a todos com o seu discurso. Achei o fim ele ter tirado fotos com o Bush nos jardins da Casa Branca. O beneficio foi apenas dos politicos. Suspeito quando artistas se envolvem com causas óbvias, como o Sting com relação a Amazônia. Algo me diz que é mais em beneficio próprio do que altruismo. Afinal, fora as madeireiras, quem seria a favor do desmatamento? Seria Bono mais um desses? Afinal, ele se meteu até o pescoço com a história do perdão da dívida africana, outro assunto dificil de achar alguém contra. Até o Bush topa. A favor do Bono, duas coisas. Primeiro, ele sempre foi assim. Desde os primeiros shows era um interminável discurso do começo ao fim. Segundo, ele sempre se comportou com imensa discrição pessoal. Mesmo gostando dele, só outro dia descobri que ele é casado há mais de 25 anos com a mesma mulher e que tem filhos. Provavelmente o perdão da dívida teria saido com ou sem Bob Geldof ou Bono. Não porque os governantes se sensibilizaram, mas porque ela era simplesmente impagável. Como ativista, Bono é um grande músico. E salvem as baleias!'
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