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terça-feira, 16 de março de 2010

Grupo Moçambicano da Dívida elogia Bono pelo empenho à favor dos pobres

O Grupo Moçambicano da Dívida (GMD) considerou "justa" a campanha do músico irlandês Bono à favor do perdão da dívida e contra a pobreza nos países africanos, considerando essa mobilização essencial para o desenvolvimento do continente.
Bono evocou em Maputo o seu empenho pessoal na campanha que conduziu à redução da dívida de Moçambique para os atuais níveis, considerados sustentáveis pelas principais organizações financeiras internacionais.
"Eu também lutei pelo cancelamento da dívida externa de Moçambique, que culminou com o perdão de 7,5 mil milhões de dólares", afirmou o líder do U2, em declarações aos jornalistas à saída de uma audiência com o chefe de Estado moçambicano Armando Guebuza.
Segundo Humberto Zaqueu, oficial de pesquisa do GMD, Bono abraçou uma causa "justa e lógica" ao defender a eliminação da dívida dos países pobres, porque "com esse fardo às costas será quase impossível combater a pobreza".
"Os recursos usados no pagamento de dívidas são essenciais à luta contra a pobreza. Sem o alívio, é impensável promover o desenvolvimento em África", sublinhou Humberto Zaqueu.
Mas a remoção do "fardo da dívida só por si não será suficiente para os objetivos de África, porque é necessária uma conduta responsável, que permita que os recursos conseguidos com o perdão sejam adequadamente canalizados para áreas prioritárias".
Para o oficial de pesquisa do GMD, se os países que beneficiam do perdão da dívida não potenciarem a sua capacidade de financiamento interno, vão recorrer de novo aos empréstimos externos e voltar à situação de dependência.
"A única forma de se quebrar o ciclo do endividamento é os países pobres conseguirem a sua autonomia fiscal, substituindo os recursos da dívida externa pelos recursos internos", frisou Humberto Zaqueu.
Marcelo Mosse, coordenador do Centro de Integridade Pública (CIP), uma Organização Não Governamental moçambicana, considerou "pouco genuíno" o envolvimento de estrelas em causas humanitárias, apontando "a busca de reputação" como o principal motivo desse tipo de engajamento.
"Eu, pessoalmente, tenho uma posição controversa em relação ao espírito que move pessoas como Bono a envolver-se nesse tipo de causas. Não o fazem para vender discos, porque já venderam muito, mas pode ser que mantenham o seu protagonismo", sublinhou Marcelo Mosse.
O vocalista do U2 deixou Moçambique depois de uma visita de um dia muito discreta, para acompanhar Mo Ibrahim, o multimilionário sudanês que criou a Fundação Mo Ibrahim. A Fundação instituiu um prémio anual de cinco milhões de dólares (3,6 milhões de euros) um ex-chefe de Estado africano que tenha abandonado voluntariamente o poder e cujo exercício tenha sido marcado pelo compromisso com os valores do Estado de direito. Joaquim Chissano foi o primeiro agraciado.

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