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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Mixando 'Zooropa'

Assim como aconteceu em 'Achtung Baby', todo mundo que trabalhou em 'Zooropa' se moveu para o Windmill Lane para a mixagem final do disco, desta vez levando seus métodos de trabalho simultâneos à extremos ainda maiores, usando três salas ao mesmo tempo! O engenheiro de som Robbie Adams explicou: "nós tínhamos muito o que fazer porque estávamos correndo contra o tempo. De repente estávamos trabalhando em um álbum, em vez de um EP. Os meses estavam extremamente agitados, porque o U2 excursionava pela Europa, voava de volta de Paris ou Berlim à noite logo após os shows para conseguirem terminar o álbum a tempo.
A razão para a pressão do tempo foi em grande parte uma questão de continuidade. Todo o projeto estava em um rolo criativo e você não quer parar com isso e voltar a ele seis meses mais tarde quando é provável de você estar em um estado de espírito completamente diferente. Nós estávamos trabalhando dia e noite também. Usar três salas significava que nunca houve ninguém sentado esperando ou não fazendo nada. Usamos a sala SSL do Windmill Lane para a mixagem, a sala ao vivo lá em cima com um Amek 2520 para overdubs de última hora, e a outra sala era uma sala de edição, com um Yamaha DMR8. Nós compilamos vocais na DMR para colocá-los de volta em um 24 track. Também usamos um Mac com o software Sound Tools para editar músicas e mixes finais. Por último abrimos no Sound Tools as fitas DAT mixadas. Uma vez que tínhamos feito as escolhas no Sound Tools, nós repetimos as edições na fita de mixes de meia polegada, cortando com uma gilete, somente as mixagens originais, as mixagens não editas restantes permaneceram nas DATs."
A mixagem, explicou Adams, é muito vista como uma performance do engenheiro de som, uma atitude especialmente aprovada por Daniel Lanois: "muitas vezes ele sentava no fundo da sala, gritando incentivos como: 'Sim, vamos lá, mais alto!, só para pegar sua excitação e levá-la ao limite. Membros da banda também sentam-se durante uma mixagem e fazem uma espécie de líderes de torcida. Tudo induz uma energia nervosa em você e cria muita pressão e dá a coisa toda uma sensação de desempenho. A razão pela qual trabalhamos assim é que mixagem, como a música, é uma coisa muito pessoal. É que as pessoas que são importantes e as máquinas e a qualidade delas é muito secundária. É como gravar vocais de Bono com um SM58 e falantes altos. O importante é a maneira que ele canta, não se há vazamento de som ou não. É possível lidar com este último.
"É o mesmo com a mixagem de automação. Computadores deveriam ser como um clone do que você faz, mas eu sinto que eles não fazem sempre 100%. Às vezes um pequeno movimento em um fader pode fazer uma grande diferença, mas eles nunca voltam do mesmo jeito. Talvez seja assim que você se sente em um determinado momento, mas na verdade ilustra o ponto. Às vezes posso salvar meu último mix no computador, apenas para referência, mas geralmente fica com um zunido muito maior fora da mixagem manual, assim como a banda. Então mixamos manualmente."
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