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segunda-feira, 25 de maio de 2015

U2 revela que "Pride (In The Name Of Love)" não seria tocada na turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE


Matéria do site Los Angeles Times, em uma entrevista em uma suíte na cobertura do hotel um dia após o show do U2 no SAP Center:

A produção da nova turnê do U2, chamada de iNNOCENCE + eXPERIENCE, compartilha uma intimidade pessoal junto com 'Songs of Innocence', o álbum autobiográfico da banda lançado no ano passado.
Eles tiveram a ideia de colocar uma única lâmpada iluminando os integrantes na abertura. Isso evoca Bono em sua adolescência no quarto da casa na Cedarwood Road, onde ele aprendeu sobre música.
Um tempo depois daquela lâmpada balançando de forma solitária no palco, em um design que leva aos primeiros dias do U2, o concerto se expande para incorporar dois estágios adicionais e um telão do tamanho de um outdoor, com luzes e artes visuais; o sistema de som, com alto-falantes posicionados no teto. Tudo isso é mais um avanço tecnológico da banda.
"O que estamos tentando na comunicação é uma espécie de derramamento emocional, de vidas que vivi no passado e olhando para a frente no futuro", disse Bono. "Queremos conectar as pessoas à performance da banda".

A turnê também dá ao U2 a oportunidade para se reposicionarem ao público depois de seu acordo com a Apple, que colocou 'Songs Of Innocence' nas bibliotecas do iTunes de um número estimado de meio bilhão de pessoas e levou a uma reação entre os usuários que viram a façanha como uma invasão de sua privacidade digital. Bono fez um pedido de desculpas depois.
Mas o pedido de desculpas não conseguiu combater uma crescente percepção de que o U2, com uma roupagem punk quando lançaram seu primeiro álbum em 1980, tinham se tornado muito grandes, muito arrogantes, muito seguros de sua própria importância. Esta turnê, em contraste com a enorme turnê anterior em estádios, visa corrigir essa impressão ou, pelo menos, para enfatizar, um lado diferente do grupo, mais pessoal.
Bono desafia a noção de que a nova turnê represente uma tentativa de controlar os danos.
"Há um ponto para a intimidade. Nós temos uma história que queremos contar, que é: o que faz de uma pessoa, um artista? Por que quer estar em uma banda?"
No concerto, o U2 atua no meio de um vídeo que reflete alguns dos incidentes formativos da adolescência do Bono, incluindo a violência política que assolou a Irlanda na década de 1970 e a morte de sua mãe quando o cantor tinha 14 anos. O show também contém referências sonora e visuais, da música que influenciou o U2: Kraftwerk, Ramones, Johnny Cash.

A banda reconhece que os concertos oferecem a oportunidade de apresentar seu novo álbum. "Independentemente de como este disco foi lançado, nós estaríamos em turnê dele. Nós estaríamos tocando as músicas", disse Larry Mullen. "Isso é o que fazemos."
'Songs Of Innocence' não foi um lançamento de impacto como o U2 está acostumado a fazer. A música parecia escorregar para fora da conversação cultural com uma velocidade ainda mais notável dado o recrutamento do grupo de jovens escritores de música-produtores como Ryan Tedder e Paul Epworth, que já trabalharam com Beyoncé e Adele.
Parte do problema foi o acidente de Bono, que obrigou a banda a cancelar todos os planos para promover o álbum, incluindo uma temporada de uma semana no The Tonight Show com Jimmy Fallon, e uma aparição altamente publicitada no concerto acústico de natal da rádio KROQ-FM.
Quase nove meses depois que o álbum foi lançado, no entanto, também parece claro que 'Songs of Innocence' foi mal servido por sua chegada vindo do nada. Grande parte do material do álbum que está sendo usado na turnê — como a sonhadora "Every Breaking Wave" e "Song For Someone", se revelam mais lentas. Elas precisam de um certo tempo, que muitos usuários do iTunes não estavam dispostos a dedicar para o álbum.
The Edge disse: "Nós construímos nossas músicas, então elas não se desgastam rapidamente, e muitas vezes, isso significa que elas demoram um pouco mais para se conectar. A turnê é um jeito de entramos debaixo da pele das canções".
A banda está tentando descobrir agora o que eles têm, disse Bono, acrescentando que "cantar uma música diante de uma multidão de pessoas permite que você rapidamente saiba se realmente funcionam ou não. E temos um monte de músicas que funcionam. Então as novas canções precisam funcionar."

No show, enquanto Bono estava incentivando doações para a sua organização de prevenção e tratamento da AIDS, a (RED), Bono descreveu Bill Gates como "a mais profunda influência na minha vida como ativista". E para "The Sweetest Thing" o vocalista convidou uma mulher para o palco para gravar a performance da banda para o serviço de transmissão ao-vivo Meerkat. Infelizmente, isso não deu muito certo, pois a conexão não funcionou, e as telas não exibiram a imagem.
"Um conversa sobre algo embaraçoso", Bono disse no dia seguinte com uma risada. "Estamos no vale do silício e não conseguem nem Wi-Fi no prédio."
Perguntado por que vale a pena perseguir um esforço tão esquisito — especialmente tendo em conta o risco de dificuldade técnica — The Edge disse que ajuda a preservar um pouco da imprevisibilidade em um show que, mesmo sendo pessoal em seu conceito, ainda envolve caminhões de equipamentos caros e uma equipe que percorre a estrada e trabalha para mantê-lo funcionando. O mesmo vale, ele disse, pra variar o repertório de noite para noite e para trazer um garoto com uns 10 anos de idade ao palco, como Bono fez um concerto, para ajudar a cantar "City Of Blinding Lights."

No SAP Center, o U2 chegou ao próximo nível durante uma versão de arrepiar de "Pride (In The Name Of Love)". Por um lado, a melodia é infalível para agradar ao público, com uma letra que oferece a marca da assinatura do U2 da intensa consciência social.
Ainda que Bono insista com a canção, ele disse que a banda não tinha planejado originalmente tocá-la nesta turnê, e só funcionou tão bem assim assim porque veio no final de uma longa seqüência multimídia em que o grupo parece fazer conexões entre a luta de décadas da Irlanda e os mais recentes problemas em Baltimore e Ferguson. Obscura, mas estranhamente esperançosa, esta parte da performance foi uma resposta para a nostalgia que pode ter sobrecarregado o retorno consciente do U2 para sua juventude.
"A palavra 'rhema' nas Escrituras, significa 'a palavra de vida'. Eu amo a ideia de que uma canção está viva e pode ser feita presente outra vez", disse Bono.
Talvez seja uma outra maneira de dizer que uma velha canção pode permanecer útil?
"Exatamente", responde The Edge. "Quando falamos de permanecer relevantes, que é o que estamos tentando manter — é que esta música ainda é útil. E que nós, como uma banda, ainda somos úteis."
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