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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Bono conta a origem de "Sunday Bloody Sunday" e explica a versão reformulada para ser incluída no setlist da turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE


Em novo vídeo divulgado para a exposição 'Louder Than Words', Bono conta a origem de "Sunday Bloody Sunday" e explica como o U2 resolveu reformular a canção para ser incluída no setlist da turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE:

"É difícil imaginar como a Irlanda era quando meu pai e minha mãe se casaram. Meu pai era católico e minha mãe protestante. Era algo muito grande naqueles dias. O país estava dividido em linhas sectárias, e a família do meu pai não apareceu no casamento. As coisas foram mudadas em nossa casa, para não sabermos muito sobre aquele delicado assunto. Meu pai e minha mãe tentaram nos preservar disto, e eu me lembro de estarmos no carro, passando através da fronteira, e meu pai me explicando que era uma parte que a Inglaterra reivindicava, e nosso país tinha uma ameaça de guerra e que fomos obrigados a cortar um pedaço de nosso país, e eu disse naqueles termos republicano, você sabe, de apoiar a luta armada para retomar a totalidade de nosso país, e ele disse: 'não não não não não'. Eu acho que eu estava apenas dizendo que eu pensava que valeria a pena lutar.
Meu pai tinha uma visão muito cínica e suspeita dos paramilitares, e pessoas que lutavam por liberdade. Então eu cresci com isso, e escrevemos algo como "Sunday Bloody Sunday", que na verdade não tem muito de uma letra, mas tem um pensamento original, para contrastar a não-violência de um Domingo de Páscoa, com a violência na Revolta da Páscoa de 1916, em que a Irlanda se revoltou à dominação britânica, e o massacre do Domingo Sangrento de 1972 em Derry, Irlanda do Norte, quando um protesto pacífico contra o domínio britânico terminou com o assassinato dos protestantes nas mãos dos membros do corpo de paraquedistas britânicos.
Contrastar estes eventos com a Ressurreição foi um pouco de viagem, eu acho. Foi uma coisa audaciosa fazer isso, e tem sua batida marcial. Quando nosso disco 'War' foi lançado, um monte de pessoas no lado republicano, os piores, como Gerry Adams, que foi presidente do Sinn Féin, braço político dos paralimitares, tinha uma foto da capa do disco em seu escritório, apontando para esta música, "Sunday Bloody Sunday", lembrando da injustiça feita à nós, e em seguida ele descobriu que era uma canção não-violência, e nós estávamos abordando as coisas de uma maneira bem diferente. As coisas mudaram um pouco para nós com essa comunidade.
Nós, em seguida, fizemos uma campanha nos EUA contra a NORAID (Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte), uma organização que levantava fundos nos EUA para comprar armas e bombas, e havia naquele momento na América uma visão muito romântica sobre os irlandeses que lutavam pela liberdade, e tínhamos que dar suporte, pois não percebiam que estavam explodindo as crianças em supermercados, e a nossa canção foi muito mal compreendida.
Em seguida, incluímos ela no show chamado 'Under A Blood Red Sky', e que deixávamos claro: 'não é uma canção rebelde, esta não é uma canção sobre rebeldia', o que foi bastante rebelde só por isso.
Na turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE, uma nova "Sunday Bloody Sunday" foi apresentada com um significado completamente novo, para cantá-la à partir deste lugar totalmente novo, e tiramos aquela abordagem rock n roll, e deixamos ela mais acústica, e me parece que agora temos mais paz, guiando as pessoas, através de imagens no telão, para lembrá-las de onde surgiu a canção, de onde viemos, lembrando-as quando estamos tocando, que a divisão nunca é física como uma fronteira. Fronteiras reais estão no coração das pessoas, as maneiras que enxergamos uns aos outros e acho que isso pode ser aplicado à diversas situações, de fato que reescrevi algumas poucas vezes esta letra. Se você olhar, fiz uma versão no Hollywood Bowl com Edge que foi em relação ao que estava acontecendo no Oriente Médio, os problemas em Israel e na Palestina, e lugares parecidos."

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