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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A Entrevista: Adam Clayton na Rolling Stone - Parte III


A Rolling Stone falou com Adam Clayton sobre o impulso para a 'The Joshua Tree Tour 2017', como o show será estruturado, se os fãs podem esperar ouvir raridades e o que está acontecendo com o álbum 'Songs Of Experience'.

Você acha que 'Songs Of Experience' será lançado no próximo ano? Ou no final deste ano?

Todos nós achamos que ele deve mesmo ser lançado no final deste ano. Não tem uma data, um horário, nada assim agendado. Vamos voltar nele mais pra frente neste ano, vamos polir e terminá-lo um pouco mais. Mas achamos que estamos quase lá com ele. Não é como aconteceu com o interruptor para fazer esses shows de The Joshua Tree, porque precisávamos de mais tempo. É porque muito dele está quase pronto. Ainda trabalharemos ao longo deste ano, todos os pequenos ajustes que queremos fazer. Vai ser um prazer chegar lá e tocar essas músicas de The Joshua Tree. De certa forma, a experiência de tocar aquelas músicas de Joshua Tree e aquelas canções neste verão, inevitavelmente, não poderia ajudar [mas] terá algum impacto sobre o que esse disco finalmente se tornará quando terminarmos o trabalho nele.

A palavra "nostalgia" está sendo utilizada em relação a esta turnê. Como se sente sobre isso?

Não é algo que nós estaríamos interessados. A razão pela qual o público está lá e compra o ingresso pode ser olhar para trás e dizer: "Não foi algo legal? Aquele não foi um grande período? Não é a geração que mudou as coisas?" Você não pode fazer nada sobre isso. Algumas pessoas podem fazer isso. Acho que mencionei no início, é provavelmente muito mais importante usar isso como ponto de partida do que os últimos 30 anos têm feito para todos nós. Quem somos nós agora? Como podemos continuar agindo como membros da comunidade e da sociedade e fazer mudanças e escolhas para o futuro?

Vocês se vêem estando com o grupo ainda, quando estiverem com 70 anos, assim como os Stones e o Who?

Não posso responder isso. Talvez eles também não. Acho que é fantástico que Pete [Townshend] e Roger [Daltrey] estejam ainda por aí fazendo shows em seus 70 anos. Eu diria que se você está nos seus 70 anos, geralmente é mais divertido para estar no palco com uma banda de rock and roll se essa oportunidade está disponível para você, mas não sei se isso é algo que você pode planejar. Eu não sei. Não sei onde vamos estar nos nossos 70 anos. Não sei qual de nós estará em nossos 70 anos.

É um milagre que o U2 são os mesmos quatro caras há 40 anos. Quase nenhum grupo pode reivindicar isso.

Tivemos uma formação muito sólida, estável. Espero que isso continue assim.

Eu sinto que com 'Songs Of Ascent' e tudo que vocês têm feito durante as sessões de 'Songs Of Innocence' e 'Songs Of Experience', que há um monte de canções que os fãs nunca terão a chance de ouvir, talvez até cem ou mais. Você acha que essas músicas vão ser lançadas em box sets ou algo parecido?

Novamente, eu nunca quero dizer nunca. Muitas vezes, as coisas que não são finalizadas é porque começamos com uma paleta muito ampla e então outra vez nos concentramos no fato de que o que é o rock and roll e o que fazemos, são uma paleta um pouco estreita. Você tem que se concentrar naquilo que seja relevante e que seja parte da discussão. Para que possamos vaguear fora no éter e fazer música agradável, jazz, progressiva, atmosférica – que não reflete necessariamente o que o U2 deve estar fazendo e como devemos nos conectar com nosso público lá fora.

Você alguma vez sentiu como se a banda estivesse lutando contra a gravidade? São tão poucas bandas que trabalharam por 40 anos estando conectados com um público de massa. Ao mesmo tempo, o rock não está mais no centro da cultura. Isso é muita coisa para trabalhar contra.

Sim. Existem diferentes regras e critérios para a operação. Eu meio que sinto que a tecnologia de como isso tudo funciona mudou muito ao longo dos anos. Se você olhar para as grandes bandas da década de 1940, essas bandas foram reduzidas para quartetos e quintetos após a guerra porque não havia dinheiro para pagar por grandes bandas ou pagar pela gasolina e ônibus. Então você vem para o período onde os instrumentos elétricos fizeram que muito poucas pessoas pudessem fazer um grande som e entreter as pessoas. Agora estamos em uma outra situação, porque o negócio de música atual, as vendas no sentido real não existem, você não pode dar suporte à bandas como você costumava ser capaz de fazer nos termos econômicos. Na verdade cantores estão agora vendo, muitas vezes através de computadores, que podem fazer um som no mundo digital e fazer uma voz se encaixar bem nisso de uma maneira especial. Eles não têm a sobrecarga de uma banda em estúdio ou qualquer coisa. Então, sim, as forças econômicas tem mudado muito.
Penso também que nesse período da década de 1960 houve a contracultura e informações foram traduzidas através desse movimento de juventude e esse movimento de contracultura através da música e ideias. A Internet mudou completamente isso. As pessoas se relacionam entre si de uma forma diferente e eles se comunicam de maneiras diferentes. Tem mais sofisticação de muitas maneiras diferentes. Nós estamos, para usar o termo, nadando um pouco contra a maré, mas espero que alguns desses valores... não sei se podemos fazer isso novamente naquela maneira. Isso vai mudar. O futuro vai ser diferente, e quem sabe o que vem com ele?
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