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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

30 Anos de 'The Joshua Tree': Adam Clayton, o protetor


Trinta anos depois, em um clima estranho de retrospectiva, o U2 está trazendo 'The Joshua Tree' novamente para a estrada, apenas para descobrir perturbadores paralelos entre 1987 e 2017. "Parece que nós completamos um círculo todo", diz a banda.

SUN DEVIL STADIUM, TEMPE, ARIZONA, 20 DE DEZEMBRO DE 1987. Na última noite da The Joshua Tree Tour, no palco, nas mentes atentas de todos os quatro membros do U2, um clima de perigo. O FBI está aqui, revistando uma infinidade de 55 mil pessoas, por um potencial invasor que ameaçou de morte o cantor Bono, afirmando que ele irá atirar nele hoje à noite se ele se atrever a cantar o terceiro verso de "Pride (In The Name Of Love)", que aborda diretamente o assassinato de Martin Luther King, há 19 anos.
Apenas sete anos haviam se passado do assassinato de John Lennon em Nova York, e foi por isso que o FBI estava levando a sério as ameaças de morte contra estrelas do rock. No palco, o cantor de 27 anos de idade está pensando: ele está neste estádio? Pode estar no telhado das tribunas? Nas vigas?
O U2 tinha causado problemas há oito meses atrás, quando eles tinham escolhido começar a turnê em Tempe, chegando à cidade para descobrir que o recém-eleito governador republicano do Arizona, Evan Mecham, tinha cancelado o dia do MLK, um feriado remunerado para os empregados em honra de King, alegando que tinha sido ilegalmente comprovado pelo seu antecessor. Como resultado, Stevie Wonder já havia anunciado que ele iria boicotar o estado. Mais tarde, o Public Enemy iria mais longe, com "By The Time I Get To Arizona", uma canção de protesto com um vídeo onde aparentemente colocavam uma bomba na parte de baixo do carro do governador. Antes do lançamento da turnê no Activity Center em Tempe com capacidade para 12 mil pessoas em 2 de abril, o U2 fez uma "significativa contribuição financeira" para o Comitê de Vigilância de Mecham, uma organização que se comprometia a retirá-lo do poder e, naquela noite, Barry Fey, o promotor dos shows, leu a declaração da banda: "Mecham é uma vergonha para o povo do Arizona..."
"Fizemos um ataque contra ele", diz Bono hoje, recordando o show de 20 de dezembro. "O circo itinerante tinha chegado e nós estávamos em uma batalha campal pela honra do Dr. King. Tivémos muitas ameaças de morte e uma delas foi levada a sério. O FBI veio e disse a todos: 'Vocês querem ir em frente com o show?' E nós fomos."
Dezessete canções mais tarde, o U2 iniciou "Pride (In The Name Of Love)". No terceiro verso, Bono agachou na frente do velho palco e fechou os olhos para cantar. "Cheguei ao fim do verso e claramente não estava morto", ele diz, rindo. "Mas não foi só isso... Adam Clayton estava de pé na minha frente."
Surpreendentemente, o baixista do U2 tinha o protegido se colocando entre Bono e o público, pronto para receber a bala ou dissuadir o atirador. "É estranho o que passa pela sua cabeça", diz Clayton hoje. "Ou talvez até na sua cabeça. Talvez seja apenas algo instintivo, desafiando alguém para cumprir uma ameaça assim."
The Edge disse "Eu pensei, isso sim é um parceiro..."

Revista MOJO - Edição N° 281

Do site: U2 News (noticierou2.blogspot.com)
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