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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Ex-empresário diz que o U2 cogitou cancelar o show no Rio de Janeiro em 1998 pela turnê Popmart


No dia 27 de Janeiro de 1998, o U2 fez seu primeiro show no Brasil, com o empresário da banda, Paul McGuinness, irritado com o produtor e uma das empresas patrocinadoras da turnê no país.
Em reportagem divulgada pela agência RMP naquele ano, o empresário do U2 disse que sempre quis se apresentar no "lendário" Estádio do Maracanã. "E é isso que faremos... é o gramado consagrado de Pelé", acrescentou.
Paul McGuinness não poupou críticas ao produtor dos shows da banda no país, Franco Bruni.
"O ponto negativo desta turnê na América Latina está sendo o conflito com os promotores do evento no país. Eles produziram muitos problemas", disse McGuinness, no Autódromo Nélson Piquet na época. "A mudança do show do Maracanã para cá ainda não foi explicada."
McGuinness disse que também não gostou da maneira como o show foi transferido. "Fizeram a mudança antes de falar com a banda. Nós só ficamos sabendo após o anúncio oficial para a imprensa."
Bruni, por sua vez, voltou a bater pé na sua opção. "Se não for no Autódromo, não vai ser em lugar nenhum", disse. "Na nossa interpretação, o que a banda fez foi uma declaração tentando ser simpática ao Rio", completou o secretário municipal de Esportes e Lazer, José Moraes, com quem a produção do show se reuniu e com quem ela assinou o contrato de aluguel do Autódromo.
Na ocasião, Bruni disse que o show seria transferido para o Autódromo porque o guindaste que faria a montagem do telão não passaria pelo túnel do Estádio do Maracanã.
Paul McGuinness disse: "Nesse ponto, não sei no que acreditar. Mas vários shows foram feitos lá e acho que o nosso também poderia ser feito."
Segundo ele, o show no Rio foi mantido por causa do público.
"O cancelamento foi estudado, mas sabíamos que já haviam sido vendidos muitos ingressos e mantivemos o show em respeito ao público", acrescentou.
O produtor da turnê no país, o empresário Franco Bruni, falou rapidamente com os jornalistas sobre as críticas de McGuinness.
"O contrato foi feito com a TNA, empresa produtora da turnê mundial, e só devo resposta a eles."
Ao desmentir Franco Bruni, que alegou razões técnicas - falta de segurança para abrir um túnel sem o qual os guindastes para a montagem do palco não iriam entrar no Maracanã - para a mudança de local, o diretor de produção da PopMart, Jake Kennedy, informa na reportagem: "Houve alguns problemas logísticos no estádio, porém todos foram resolvidos. Estamos em dia com a programação e esperamos avidamente apresentar um grande espetáculo no Maracanã." Em entrevista, Franco Bruni havia revelado que, quando da opção pelo Autódromo, as negociações com a Suderj, órgão público que administra o Maracanã, pelo preço a ser pago pelo estádio ainda não tinham sido encerradas. Contactado pela Agência JB, o presidente da Suderj, Raul Raposo, informou que não tinha nada a dizer sobre o caso.
José Moraes negou a existência de uma disputa entre a secretaria municipal de Esportes e Lazer e a Suderj pelo show do U2. "Não tenho nada contra o Raposo. A nossa briga é para manter o show no Rio de Janeiro", afirmou. Segundo ele, o Autódromo tinha uma estrutura para megaeventos (o último tinha sido uma micareta que reuniu 400 mil pessoas) que poderia ser acionada imediatamente. "No Autódromo, tenho um heliponto que pode receber 15 helicópteros ao mesmo tempo. No Maracanã, o pouso é complicado. E, se chover, pára tudo em volta", disse.
Os shows no continente foram os únicos da turnê Popmart patrocinados. Avesso a patrocínio, o U2 aceitou ceder para tocar pela primeira vez na América Latina.
"Não ter patrocinador é um princípio difícil. Nós vivemos em um mundo muito comercial. Acho que todos se sentem desconfortáveis com patrocínio. Mas, nesse caso, é praticamente impossível vir para a América do Sul".
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