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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Herstory No Brasil: as mulheres que apareceram na primeira noite de shows em São Paulo da 'The Joshua Tree Tour 2017'


O U2 fez ontem em São Paulo o primeiro dos quatros shows finais da 'The Joshua Tree Tour 2017'.
No mês passado o Facebook da ONE escreveu:

"Nomeie uma mulher inspiradora a ser destaque em um show do U2! É um dos momentos mais falados da 'The Joshua Tree Tour 2017' do U2 - a visualização deslumbrante no telão de "Herstory" à medida que a banda toca "Ultraviolet (Light My Way)".
Da ativista dos direitos das mulheres, Sojourner Truth, para Ellen Johnson Sirleaf, Presidente da Libéria, Malala Yousafzai e Wangari Maathai, as dezenas de imagens impressionantes que aparecem e desaparecem na tela destacam a história de mulheres "luminosas" que "abrem caminho" para um mundo melhor.
A ONE convida você a nomear uma ativista inspiradora ligada ao Brasil e ela pode acabar sendo mostrada nos shows em São Paulo."

Foi então que o público ajudou na escolha das mulheres brasileiras. Taís Araújo, Irmã Dulce, Maria da Penha, Conceição Evaristo, Tarsila do Amaral e outras foram mostradas no telão em "UltraViolet (Light My Way)". "As mulheres estupendas", disse Bono em português. "Quero dedicar essa música para todas as mulheres maravilhosas que dividimos a nossa vida. Mulheres que resistem, insistem e persistem".



Taís Araújo

Desde 2016, Taís Araújo vem colaborando com o mandato da ONU Mulheres, especialmente na visibilidade das mulheres negras. Em julho de 2016, respondeu ao desafio "Que mulher negra é um exemplo para você?", mobilizando seguidoras e seguidores de suas redes sociais, para a ação de comunicação desenvolvida pela ONU Mulheres e pela Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB).
Em fevereiro de 2017, apoiou a campanha de mobilização de recursos do Instituto Maria da Penha. E, em março passado, participou da ciranda virtual Planeta 50-50, ação digital da ONU Mulheres para o reconhecimento do trabalho de ativistas brasileiras em defesa do empoderamento das mulheres e da igualdade de gênero no Dia Internacional da Mulher.

Irmã Dulce

Irmã Dulce, desde jovem, desejava seguir a vida religiosa. Muito caridosa, ainda na adolescência ajudava os mendigos, e enfermos. Fundou a União Operária São Francisco e o Colégio Santo Antônio, voltado para os operários e suas famílias. Participou da criação de um albergue no Convento de Santo Antônio, que mais tarde se transformou no Hospital Santo Antônio.
Irmã Dulce dedicou toda sua vida a amparar os pobres e enfermos. Em 1988, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz.

Maria da Penha

Uma farmacêutica que lutou para que seu agressor viesse a ser condenado. Em 1983, seu marido, o professor colombiano Marco Antonio Heredia Viveros, tentou matá-la duas vezes. Na primeira vez atirou simulando um assalto, na segunda tentou eletrocutá-la. Por conta das agressões sofridas, Penha ficou paraplégica.
O episódio chegou à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e foi considerado, pela primeira vez na história, um crime de violência doméstica. Hoje, Penha é coordenadora de estudos da Associação de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (APAVV), no Ceará. Ela esteve presente à cerimônia da sanção da lei brasileira que é popularmente conhecida com o seu nome, junto aos demais ministros e representantes do movimento feminista.
Maria da Penha hoje é líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres, vítima emblemática da violência doméstica.

Conceição Evaristo

Conceição Evaristo, escritora, é militante do movimento negro, com grande participação e atividade em eventos relacionados a militância política-social. Suas obras abordam temas como a discriminação racial, de gênero e de classe.

Tarsila do Amaral

Foi uma artista plástica brasileira do movimento modernista. Ela ficou conhecida como uma das mais importantes pintoras da primeira fase do modernismo, e, ao lado dos escritores Oswald de Andrade e Raul Bopp, Tarsila inaugurou o movimento denominado "Antropofagia", um conceito apresentado pelos modernistas, visto como um dos movimentos mais radicais do período.
Com o intuito de se afastar dos modelos europeus, os artistas modernistas se empenharam em criar uma estética tipicamente brasileira.
Utilizaram o conceito metafórico de deglutição e regurgitação acerca do ato de comer a cultura estrangeira e vomitar a "nova" cultura.

Ivone Guimarães

Foi professora, sufragista e ativista brasileira. Ela foi uma das primeiras mulheres a votar no Brasil.
Em 17 de outubro de 1928, ela falou ao lado de Miêtta Santiago, que contestou a constitucionalidade da proibição das mulheres que votam no Brasil, afirmando que violou o artigo 70 da Constituição do país, datado de 24 de fevereiro de 1891, que estava em vigor. Esta ação levou Ivone a se tornar uma das pioneiros no exercício do direito de voto no país.

Bertha Lutz

Foi uma bióloga brasileira especializada em anfíbios, pesquisadora do Museu Nacional. Foi uma das figuras mais significativas do feminismo e da educação no Brasil do século XX. Passou em um concurso e se tornou docente e pesquisadora do Museu Nacional, tornando-se a segunda brasileira a fazer parte do serviço público no Brasil.
Depois de tomar contato com os movimentos feministas da Europa e dos Estados Unidos, Bertha criou as bases do feminismo no Brasil. Uma das principais bandeiras do feminismo à época era o sufrágio feminino.
Foi a fundadora da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), em 1919, após ter representado o Brasil na assembléia geral da Liga das Mulheres Eleitoras, realizada nos Estados Unidos, onde foi eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana.
Em 1932, através do Código Eleitoral, as mulheres do Brasil adquiriram o direito ao voto, uma consequência do trabalho das organizaçoes feministas da época. Continuaram pressionando os políticos para assegurar o direito de voto às mulheres no texto da Constituição de 1934 e tiveram sucesso.
Também se tornou advogada em 1933 pela Faculdade do Rio de Janeiro, que depois foi incorporada à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Tentou se tornar professora da instituição com a tese "A Nacionalidade da Mulher Casada perante o Direito Internacional Privado", em que abordava a perda da nacionalidade feminina quando a mulher se casava com um estrangeiro.
Foi eleita suplente para deputado federal em 1934, após duas tentativas malogradas de se eleger. Em 1936 assumiu o mandato, que durou pouco mais de um ano. As principais bandeiras de luta eram mudanças na legislação trabalhista com relação ao direito feminino ao trabalho, contra o trabalho infantil, direito a licença maternidade e a equiparação de salários e direitos.
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